Futebol feminino despenca a audiência em 43% da Globo

Esses foram os efeitos colaterais da queda brusca de audiência na Globo com a transmissão do futebol feminino, neste domingo (18), no horário nobre.

A emissora carioca amargou, em média, uma queda de audiência assustadora.

Foram 43% a menos transmitindo jogos do Campeonato Brasileiro.

As partidas valiam pelas quartas de final e só foram ao ar por dois motivos.

O primeiro é que os torneios masculinos estão proibidos no país por causa da data Fifa, dias que a entidade reserva no calendário para amistosos das seleções. O Brasil havia jogado no sábado, contra a Guiné.

Normalmente, a Globo mostraria filmes, como cansou de fazer ao longo de décadas.

Só que a cúpula atual da emissora carioca resolveu investir no futebol feminino, mais barato na compra dos direitos. E adquiriu a Copa do Mundo deste ano. E está em uma campanha maciça para que o brasileiro comum pare de rejeitar o esporte praticado pelas mulheres.

Não é fácil. Se dependesse de vários clubes, nem times femininos teriam. A Conmebol obriga qualquer clube que dispute suas competições, como Libertadores e Copa Sul-Americana, a ter equipe de mulheres; se não tiver, não disputa.

A rejeição passa pela parte econômica, por desinteresse e até preconceito.

Mesmo regionalizando as partidas, a média foi muito baixa. 13 pontos. 

Os jogos valiam pela importante fase das quartas de final.

Foram 43% a menos que os dois últimos domingos de futebol na Globo, quando beirou os 20 pontos.

Números preocupantes para os anunciantes.

A fuga de telespectadores foi maior do que o previsto.

A Copa do Mundo da Nova Zelândia e Austrália é a grande aposta esportiva da emissora. Acontecerá em julho e agosto. 

Apesar da aparente postura revolucionária, de “supercobertura”, a realidade não é bem assim.

A emissora carioca enviará apenas 17% dos profissionais que enviou, por exemplo, para a Copa do Mundo masculina do Catar. 

Apesar de mostrar 34 partidas das 64 da competição, a Globo mandará só 12 profissionais. Sim, 12 profissionais, que transmitirão programas e jogos. Investimento irrisório em pessoal, já que no Catar havia 71 profissionais. E mais de 200 na Copa da Rússia.

A repercussão pela baixa audiência dos jogos dominou as redes sociais.

A imposição das partidas das mulheres na tevê aberta não foi aceita.

A comentarista Ana Thaís decidiu defender os baixos números atacando.

“Pois é, e a canalhice de comparar audiência do masculino com feminino é bizarra, porque é óbvio que não vai ser igual. A comparação tem que ser o crescimento da audiência do futebol feminino com o futebol feminino. E foi maior que a Supercopa e maior que na Band. É muito suja essa comparação.”

Foi além.

“As pessoas estão comparando audiência de um produto que passa na televisão no mesmo horário desde 1500 e com inúmeros estímulos diferentes com outro que começou a passar ontem e com 5% dos estímulos. Beira a questão de caráter a parada.”

Mas os patrocinadores não estão preocupados com argumentos ofensivos.

Assim como a emissora, que dispõe de muito mais profissionais para trabalhar nas competições masculinas.

A preocupação é real e grande.

A Globo depende do desempenho da irregular seleção brasileira feminina para garantir audiência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close