Invasões de terra na Bahia: federação quer reunião de emergência com governo estadual

A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) está preocupada com as ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em propriedades agrícolas do estado. Em entrevista exclusiva ao Canal Rural nesta segunda-feira (6), o presidente da entidade, Humberto Miranda, condenou as invasões e disse que uma reunião urgente foi solicitada ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

“Invasão de terra é crime, previsto no Código Penal. É uma violação ao direito de propriedade, construído como proteção ao cidadão. Hoje, esse direito de propriedade está sendo negado aos produtores que têm suas propriedades privadas produtivas gerando emprego e renda para as cidades, sendo a locomotiva da economia baiana”, afirma Miranda.

O dirigente diz ainda que o diálogo deve ser a saída para solucionar a questão. “Estamos enviando esse ofício hoje ao governador, pedindo uma audiência em caráter de urgência, antes que aconteça alguma coisa no campo que não é do interesse de ninguém”, conta, reiterando a apreensão com os conflitos que estão se formando entre produtores e membros do MST nas áreas ocupadas na Bahia.

O presidente da Faeb comentou ainda a importância socioeconômica das áreas produtivas ocupadas, como as da empresa Suzano, localizadas em Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas, no extremo sul do estado, que ainda estão ocupadas pelo movimento.

A federação está prestando apoio aos produtores afetados pelas ocupações com assessoria jurídica e informações. O Canal Rural procurou o governo do estado, que informou apenas que a negociação está sendo coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Segundo a Faeb, oito municípios registraram invasões de terra pelo MST na Bahia desde fevereiro.

Ainda na sexta-feira (3), a Suzano obteve uma segunda liminar da Justiça determinando a reintegração de posse, desta vez da fazenda localizada em Teixeira de Freitas. A juíza Livia de Oliveira Figueiredo autorizou o uso de força policial, caso a saída dos invasores não aconteça de forma voluntária.

Ainda não há informação sobre a liberação das áreas.

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