Dar com uma mão e tirar com a outra

O aumento no preço dos combustíveis deve gerar ainda alta da inflação, o que impediria o Banco Central de reduzir a Selic, a taxa básica de juros

Ao que tudo indica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou a melhor sobre a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, no debate da volta da cobrança de impostos federais sobre o preço dos combustíveis.

A assessoria do Ministério da Fazenda informou, na tarde desta segunda-feira (27), que a reoneração completa do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol está definida. as críticas ao Governo no Congresso Nacional vão se intensificar.

A oposição vai atacar impiedosamente o presidente Lula e vai faltar disposição para os aliados em defender essa medida impopular.

O aumento no preço dos combustíveis deve gerar ainda alta da inflação, o que impediria o Banco Central de reduzir a Selic, a taxa básica de juros; outra bandeira defendida com unhas e dentes por Lula.

Haddad e sua equipe econômica podem comemorar essa vitória momentânea, mas vai ser preciso mostrar muito mais serviço e capacidade para fazer o país voltar a crescer, manter os empregos e garantir o controle inflacionário.

Resta saber quantas medidas impopulares o presidente Lula aceitará assinar sem colher os esperados frutos.

O tempo de Haddad frente à economia vai ser medido pelo nível de paciência e de confiança do presidente.

Cruzeiro do Sul

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