PRODUTORES DE CACAU SE ORGANIZAM PARA UM ATO DE PROTESTO CONTRA A IMPORTAÇÃO DE CACAU AFRICANO
A ANPC- Associação Nacional dos Produtores de Cacau convoca os produtores de cacau da região cacaueira da Bahia, para um ato de mobilização em protesto à importação de cacau africano, que está chegando ao Brasil sem controle fitossanitário, fruto da IN125. Uma instrução normativa que permite a entrada de cacau sem a utilização da substância Brometo de Metila, única comprovadamente eficaz, no combate a pragas quarentenárias como Phytophthora megakarya e Striga spp, doenças presentes em território africano.
Desde julho do ano passado a associação vem mobilizando o setor cacaueiro, políticos, Ministérios Públicos, e sociedade civil, em busca da revogação da IN125. Com medidas pacíficas e baseadas em fundamentações de pesquisadores renomados em fitopatologia. A associação entende que agora é o momento do setor cacaueiro mostrar força.
“Nosso setor produz renda, gera economia verde. Nós somos 93 cidades baianas que produzem cacau, a produção de cacau está sendo crescente, nós estamos nos recuperando agora, do problema da vassoura de bruxa que aconteceu na decada de
- Nós precisamos manifestar a fim de que todos ouçam o nosso grito.
“A ANPC surgiu da necessidade de organização do setor. Nós produtores de cacau somos muito sofridos, estamos muito carentes de uma representação de verdade que fale e que grite pelo produtor de cacau. Nós estamos pedindo socorro”.
Em menos de 2 meses esta é a segunda carga africana que chega ao Brasil para abastecer a indústria. No dia 29 de dezembro do ano passado, o Brasil importou mais de 13 mil ton de cacau da Costa do Marfim, e agora aguarda o cargueiro Pichon, com bandeira de Singapura, que deixou o porto de San Pedro na Costa do Marfim, em meados de janeiro, onde foi abastecido com mais 10 mil toneladas de cacau, a pedido da indústria moageira que está instalada em solo brasileiro.
Além do risco fitossanitário, oriundo da importação do cacau sob os moldes da IN 125, um segundo ponto, que fundamenta a manifestação dos produtores, está nos dados da indústria, que vem alegando insuficiência nacional em produção de cacau, para justificar a excessiva compra de amêndoas africanas. “Nós também contestamos a fala da indústria que alega que nós não temos produção interna suficiente para atender a sua demanda. Esta informação contradiz os dados do IBGE, que apresentou números de 2021 confirmando que a produção nacional foi de 302.157 mil ton de cacau, enquanto a indústria apresentou capacidade para moer 275 mil ton de cacau, mas só moeu de 220 mil a 230 mil ton. Ou seja, as contas não batem. Se temos mais cacau sendo produzido no Brasil do que necessita a indústria, porque ela necessita importar cacau africano? A única explicação que nós temos é que a indústria faz isso para se beneficiar, porque com o estoque alto ela consegue controlar o preço interno”.Assim convocamos todos os produtores sejam agricultores ,familiares, pequenos, médios agricultores da região cacaueira para entrarem em contato com a Associação e apoiarem o manifesto que dará
validação a luta do setor perante as autoridades. “ Contamos com você produtor, que reconhece a importância desta luta, que precisa de segurança fitossanitária em sua lavoura, que não está conformado com o preço do cacau, que precisa de mais valor e reconhecimento das autoridades e nao quer mais se submeter às regras e preços impostos pela indústria. Junte-se a nós e venha fortalecer este movimento.
Fonte: Elton Bispo Rádio 95 FM de Jequié
Estou unido ao movimento e inadimissivel uma situação dessa