Diretor exonerado diz que iniciou investigação sobre “Abin paralela”
O delegado da Polícia Federal (PF), Alessandro Moretti, se manifestou pela primeira vez após ter sido exonerado do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nessa terça-feira (30/1).
Em nota divulgada nesta quarta-feira (31/1), Moretti afirma que foi ele quem determinou uma investigação interna sobre a chamada “Abin paralela”, no começo de 2023, e que essa apuração interna abasteceu a PF de informações no inquérito que mira a cúpula da Abin no governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a Polícia Federal, que também teve atendidas todas suas solicitações à agência. Por esta razão, grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin”, escreveu Moretti na nota.
Exoneração após ação da PF
Alessandro Moretti foi exonerado cinco dias após operação da PF revelar que, durante uma reunião com servidores investigados em março, ele chamou a investigação sobre espionagem ilegal na Abin de algo com “fundo político e que iria passar”.
Na época, Moretti estava como diretor-geral da Abin em exercício, já que o delegado Luiz Fernando Corrêa, indicado para a direção-geral da Agência, ainda não tinha assumido o cargo. A investigação interna teria sido aberta na mesma época por Moretti.