Vasco e Botafogo chegam ao clássico impulsionados por investimentos e sonham em retomar o caminho das conquistas
Vasco e Botafogo medem força nesta quinta-feira, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca, e fora do campo vivem um momento parecido. Os clubes viraram SAF em 2022 e passam por um processo de reestruturação, com aumento de investimento e, principalmente, melhora da perspectivas de seus torcedores, que sonham com dias melhores.
Cada um com seu modelo e estratégia, Vasco e Botafogo buscam retomar o caminho das conquistas. Abaixo o ge listou algumas características de cada SAF, com semelhanças e diferenças.
A trajetória de cada SAF:
Vasco: o clube e a 777 Partners assinaram o pré-acordo para a venda da SAF em fevereiro de 2022 e, quase seis meses depois, no dia 7 de agosto, o negócio foi aprovado pelos sócios do clube em Assembleia Geral Extraordinária. O grupo americano pagou R$ 700 milhões por 70% da SAF – 30% permaneceram com o Vasco – e se comprometeram a assumir até R$ 700 milhões da dívida do clube. Por contrato, o montante ser investidos no futebol nos próximos três anos.
Criada em 2015, em Miami, a 777 Partners tem mais de 50 empresas listadas no portfólio em seu site oficial e vive momento de expansão. O grupo se divide em cinco áreas de atuação: aviação; consumo e comércio; seguros; finanças de litígio; mídia e entretenimento. Na última categoria, entra o futebol. Além do Vasco, a 777 tem participação em outros seis clubes: Genoa (Itália), Standard Liège (Bélgica), Red Star (França), Hertha Berlin (Alemanha), Melbourne Victory (Austrália) e Sevilla (Espanha).
Botafogo: a SAF do Glorioso existe há mais tempo do que a do rival. No dia 3 de março de 2022, o clube oficializou a venda, e a empresa recebeu aporte de R$ 100 milhões. O empresário americano John Textor passou a ter 90% das ações da SAF. Ele também tem ações do Lyon, da França, do Crystal Palace, da Inglaterra, e RWD Molenbeek, da Bélgica, que fazem parte da Eagle Holding.
Textor assumiu com o clube com mais de R$ 800 milhões em dívidas, valor que foi “abraçado” pelo norte-americano no momento da compra. Aos poucos, a SAF se organiza para reduzir esse valor. Em setembro, o Botafogo iniciou o plano de RCE (Regime Centralizado de Execuções), que o auxilia no pagamento aos credores. É uma espécie de fila: 20% das receitas mensais são destinadas à Justiça e o valor é repassado, por ordem de preferência, aos devedores.
O acionista majoritário do Glorioso reclamou recentemente de que o clube enfrenta problemas de fluxo de caixa por conta de penhoras que “furaram” essa fila do RCE.